A Sermão dos Peixes apura fraudes durante a administração de Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), na Secretaria Estadual de Saúde |
Em novembro do ano passado, a Sermão dos Peixes levou para depor obrigatoriamente o cunhado da ex-governadora Roseana Sarney e ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad. Ele era alvo de investigação por suposto desvio de R$ 8 milhões de verbas para construção de unidades de saúde durante o governo da peemedebista no Maranhão. Acredita-se que nesse desvio estejam parte dos recursos que deveriam ter sido usados na construção do Hospital Regional de Rosário, mas que sumiram ainda na fase inicial da terraplanagem.
Nesta quinta, cerca de 60 policiais federais estão cumprindo simultaneamente 32 mandados judiciais, sendo três de prisão preventiva, 12 de condução coercitiva e 17 de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de bens a apreensão e sequestro de uma aeronave. Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de São Luís e Imperatriz, no Maranhão, Araguaína e Palmas, no Tocantins, Goiânia e Arenópolis, em Goiás, e Juquitiba, em São Paulo.
A PF apreendeu um avião avaliado em R$ 2,5 milhões, cinco veículos de luxo (Hilux SW4 SRV 4×4; BMW Z4 SDRIVE2 LM31; Toyota/RAV4 blindado; Volvo XC60 2.0T5 R-DES blindado), além de cerca de R$ 77 mil e diversos cheques.
A segunda fase, denominada Operação Abscôndito, investiga a destruição e ocultação de provas, incluindo a venda suspeita de uma aeronave objeto de decisão judicial, após o possível vazamento da Operação Sermão aos Peixe em 16 de novembro de 2015.
A terceira fase da Operação, Voadores, apurou o desvio de cerca de R$ 36 milhões por meio do desconto de cheques e posterior depósito nas contas de pessoas físicas e jurídicas vinculadas aos envolvidos, incluindo o saque de contas de Hospitais.
Os investigados serão indiciados pelos crimes de embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa, de peculato e de lavagem de capitais.
A Operação que apura o embaraço à investigação foi denominada Abscôndito, que significa “escondido”, em alusão à ocultação e destruição de provas. Já a Operação Voadores se refere à técnica empregada de desviar recursos públicos por meio de cheques.
Em 2015, a antiga Controladoria-Geral da União (CGU, hoje Ministério da Transparência) e a Polícia Federal deflagraram operação contra desvios de recursos públicos federais do Fundo Nacional de Saúde, destinados ao Sistema de Saúde do estado do Maranhão. O trabalho teve como base fiscalização da CGU que apontou a existência de uma cadeia de irregularidades na aplicação dos recursos aportados ao Fundo Estadual de Saúde. As constatações da auditoria apontaram para um prejuízo potencial de mais de R$ 114 milhões de reais.
VEJA OS ALVOS DA SERMÃO DOS PEIXES
Prisão Preventiva
Abscôndito
Emílio Borges Rezende
Voadores (vão cumprir em prisão domiciliar até avaliação do atual estado de saúde dos investigados)
Péricles Silva Filho
Benedito Silva Carvalho
Condução coercitiva
Abscôndito
Aline Rodrigues dos Santos
Deusdedith Alves Sampaio
Warlei Alves do Nascimento
Marcelo Renato da Silva
Ester Moreira Ambrósio de Carvalho
Voadores
Antônio Milhomem Pereira
Maira Milhomem Pereira
Marcelo Renato da Silva
Plínio Medeiros Filho
Thófilo Junqueira Vilela Júnior
Valdeney Francisco Saraiva
Com informações de O Estadão.
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