Jacqueline Heluy/Agência Assembleia
O deputado César Pires (DEM) destacou na sessão de quarta-feira (6), que embora seja um assunto muito batido no plenário da Assembleia Legislativa, a duplicação da BR-135 traz consequências graves não apenas aos parlamentares, mas, principalmente, à sociedade maranhense. Ele cobrou mais empenho da classe política e do Governo do Estado, junto ao governo federal, pela continuidade da obra.
César Pires comparou a paralisação das obras da BR-135 à mesma situação da refinaria Premium. Lembrou que há dois anos subiu à tribuna para falar do desmonte e desmantelo que presenciou ao visitar o local em que deveria ser construída a refinaria. Disse que naquela ocasião anunciou o fracasso que estava por vir, além de reclamar da leniência e do silêncio de muitos políticos e de vários segmentos do estado. César chegou a chamar a refinaria de “esqueleto desidratado”.
O deputado César Pires disse que não minimiza a importância da vinda do superintendente regional do DNIT à Assembleia para prestar esclarecimentos, mas que até agora não ouviu, por parte do governo do Estado e nem da bancada federal, manifestações contrárias a esta paralisação.
César Pires sugeriu que a Assembleia Legislativa se manifeste com uma Moção de Repúdio ao governo federal e à presidenta Dilma. ”Se não gritarmos, fiquem certos de que o que sobra do recurso desse contingenciamento irá para outros estados, não virá para o Maranhão”.
Ele comparou a apatia da classe política com relação à paralisação da obra de duplicação da rodovia ao silêncio dos monges franciscanos. “Nada, apenas orações e silêncio. Os gritos desta Casa nós não escutamos. Não sei com medo de quê”, disse César.
Na avaliação do deputado César Pires, este silêncio é algo que ultrapassa os limites das fronteiras partidárias e das cores políticas. Ele avalia que o interesse tem que ser coletivo e recriminou os discursos isolados. “Vou propor uma Moção de Repúdio ao governo federal e fazer como fizeram em Alagoas, onde o Rotary se manifestou, o Lions Clube se manifestou, as maçonarias se manifestaram”.
Na avaliação de César Pires, o pouco recurso que o governo federal disporá do seu contingenciamento só vai para aqueles estados que gritam mais e não para aqueles que ficam em silêncio como se estivessem aceitando os mortos. “Temos que lutar em relação a isso, caso contrário não vamos ser escutados e os nossos apelos não terão ecos. Consequentemente os recursos irão para outro lugar”.
APARTES
O discurso de César Pires durante a sessão foi aparteado por vários parlamentares que se solidarizaram à luta pela duplicação da BR-135. O deputado Hemetério Weba (PV) disse que 2012 o assunto é destacado na Assembleia e apesar de tudo, a obra parece que está “sendo construída a passos de jabuti”.
Segundo Hemetério, as obras no Maranhão não vão bem e a mesma lentidão na BR-135 é observada na rodovia 222, de Arari até Vitoria do Mearim e Santa Inês, onde são encontrados muitos buracos. “Esse DNIT tem que ir para frente, nós, deputados, cobramos, mas o governo federal tem que fiscalizar. Quem comanda o DNIT no Maranhão sinceramente está deixando a desejar, porque nós não temos estradas para trafegar”.
Também em aparte, o deputado Edivaldo Holanda (PTC ) lembrou que por várias vezes ocupou a tribuna durante o seu mandato no governo Roseana Sarney para denunciar que a refinaria Premium era uma farsa, que não existia e que era um estelionato eleitoral. “Não havia recurso desde o primeiro momento para a Refinaria Premium. Tudo o que dizíamos à época foi confirmado. A refinaria nunca existiu”.
César Pires retomou o discurso agradecendo os apartes e informando que quando esteve na liderança do governo cobrou dos senadores do Maranhão uma nota do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa com relação à lentidão dessas obras. Ele disse não ser possível o estado do Maranhão, que deu a maior proporcionalidade de votos para o governo atual, ter como resposta as obras paradas. “Nem o aeroporto está concluído ainda”.
Por fim, fez um apelo para que todos façam um esforço conjunto para que os recursos do contingenciamento que restou sejam utilizados em obras do Maranhão.
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