- gência CâmaraO candidato do PC do B ao governo do Maranhão, Flavio Dino, já foi presidente da Embratur: desafios em segurança pública e saúde
Após uma campanha marcada por trocas de ataques com Lobão Filho (PMDB), 50, candidato apoiado pela família Sarney, o ex-presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) Flávio Dino (PC do B), 46, foi eleito governador doMaranhão, no primeiro turno, neste domingo (5).
Com 100% das urnas apuradas, o candidato do PC do B obteve 63,52% dos votos válidos, contra 33,69% de seu adversário peemedebista. Na disputa pelo Senado, a vitória foi de Roberto Rocha (PSB), que conseguiu se eleger com 51,41% dos votos válidos.
O governador eleito vai substituir Roseana Sarney (PMDB), 61, no comando do Executivo estadual, cargo que ela exercia desde abril de 2009, quando assumiu a vaga de Jackson Lago (1934 - 2011), cassado por decisão judicial. A filha do ex-presidente José Sarney, 84, hoje senador pelo Amapá, governou o Maranhão por outros dois mandatos (de 1995 a 2002). Flávio e seu vice na chapa, Carlos Brandão (PSDB), representam a coligação "Todos pelo Maranhão" (PC do B, PSDB, PP, SD, PROS, PSB, PDT, PTC, PPS).
Tanto Flavio Dino como Lobão Filho receberam o apoio da presidente Dilma Rousseff (PT).
Advogado e professor de direito, Flávio Dino de Castro e Costa nasceu em São Luís e foi juiz federal durante 12 anos, atuando no Maranhão e em Brasília. Em 2006, abandonou o cargo, filiou-se ao PC do B e foi eleito deputado federal. Nas eleições de 2008, o candidato disputou a Prefeitura de São Luís e, dois anos depois, o governo do Maranhão, ficando em segundo lugar nos dois pleitos.
Em junho de 2011, Dino assumiu a presidência da Embratur, autarquia do Ministério do Turismo, e permaneceu no cargo até março deste ano, quando saiu para se dedicar à campanha. Ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o comunista declarou bens com valor total de R$ 933.605,93, mais de dez vezes menor do que o declarado por Lobão Filho (R$ 9.905.422,29).
Em fevereiro de 2012, um de seus dois filhos, de 13 anos, morreu após ser internado com uma crise de asma em um hospital particular de Brasília.
Campanha anti-Sarney
A corrida eleitoral pelo governo maranhense colocou o grupo político dos Sarney no centro das discussões. Durante a campanha, Flávio Dino se referiu ao adversário do PMDB, que é filho do atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, 77, como o "candidato da oligarquia". Em um discurso no interior do Estado, no fim do mês passado, ele disse que "o Estado pulsa de esperança em dias melhores para o Maranhão". "Vamos derrotar a família Sarney", declarou.
O ex-presidente, por sua vez, acusou Dino de "difamar, insultar e vilipendiar" o Maranhão. "Tudo hipocrisia e desejo de que sejamos Venezuela. O Maranhão comunista é a mudança que desejam", escreveu o senador em um artigo.
Denúncia falsa
Há pouco mais de duas semanas, já na reta final da campanha, uma denúncia esquentou a troca de ataques entre os dois principais candidatos ao governo maranhense. Um vídeo que mostrava um detento do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no local, acusando Flávio Dino, o deputado e candidato à reeleição Weverton Rocha (PDT) e uma mulher chamada Patrícia de serem os mandantes do assalto a um carro-forte que resultou no roubo de R$ 900 mil, foi exibido pela TV Difusora (retransmissora do SBT), que pertence à família de Lobão Filho. O áudio também foi veiculado pela rádio do grupo.
No dia 24, o presidiário André Escócio de Caldas afirmou em depoimento à polícia ter recebido promessa de dinheiro, proteção e um alvará de soltura para gravar o vídeo. Ele está preso por participação no crime, praticado na Universidade Estadual do Maranhão (Uema), em 11 de fevereiro. André contou que a gravação, retirada do ar por determinação da Justiça, foi realizada por um agente penitenciário dentro da sala do diretor da Central de Custódia de Presos da Justiça, de Pedrinhas, Carlos Aguiar. Ele e Elenilson Araújo, diretor administrativo, foram afastados pelo Governo do Estado até que as investigações sobre o vídeo sejam concluídas. A Justiça Eleitoral e a Polícia Federal investigam se houve crime eleitoral.
Segurança preocupa o Maranhão
Em evidência por conta dos altos índices de violência e da crise envolvendo o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, onde foram registradas 17 mortes apenas neste ano, o Maranhão tem a segurança pública como tema que mais desperta expectativa de melhora, segundo a enquete do "Esperançômetro", do UOL Eleições.
Uma das propostas do governador eleito para a segurança pública é a implantação do "Pacto pela Vida", inspirado no plano de ações adotado em Pernambuco pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB), falecido em agosto. Com o programa, ele promete dobrar o número de policiais no Estado em quatro anos e investir no combate às drogas e ao crime organizado.
No seu programa de governo, no entanto, não há menção ao complexo de Pedrinhas. Dino promete "aumentar a rede e as vagas nos estabelecimentos penais do Estado e assegurar o respeito aos direitos humanos", para "impedir que criminosos possam articular, de dentro dos presídios, a violência nas ruas".
Em outra enquete, na qual o UOL pergunta qual o maior problema do Estado, corrupção aparece na frente de segurança pública, que é seguida por saúde e educação. Com mais de 6,5 milhões de habitantes, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, o Maranhão é o 10º Estado mais populoso do Brasil, mas ocupa a 16ª posição no ranking por PIB (Produto Interno Bruto) mais recente, divulgado em 2011. Segundo a estimativa mais recente do instituto, o Maranhão apresenta a menor expectativa de vida na média de homens e mulheres (68,6 anos), cinco a menos que a média nacional (73,76).
Fonte: UOL.
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