O PCdoB do Maranhão entrou nesta semana com representação no Tribunal Regional Eleitoral contestando a contratação de um aliado da família Sarney para cuidar das urnas eletrônicas no Estado.
O dono da empresa contratada para gerir as urnas eletrônicas nos 217 municípios maranhenses tem vínculos com o marido da governadora Roseana Sarney (PMDB), Jorge Murad.
Além disso, há indícios de ligação com o próprio candidato da família Sarney, Edinho Lobão, como mostra reportagem da Folha de S.Paulo desta quarta-feira (10). http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1513662-aliado-da-familia-sarney-vai-gerir-urna-eletronica-no-maranhao.shtml
A empresa contratada em 28 de agosto é a Atlântica Serviços Gerais, por R$ 2.999.499. A firma deverá colocar 616 empregados para fazer, entre outras coisas, transporte e armazenamento dos equipamentos, troca de máquinas com defeito, carregamento de softwares e transmissão dos resultados para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A Atlântica pertence ao empresário Luiz Carlos Cantanhede Fernandes. Em 2002, quando Roseana era pré-candidata à Presidência pelo PFL (atual DEM), Cantanhede ficou conhecido quando a Polícia Federal, numa apuração sobre caixa dois, apreendeu R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo na empresa Lunus, de Roseana e Murad.
Ligação com Edinho
Em 2012, tornou-se conhecida a proximidade com Edinho. Cantanhede era um dos tripulantes do iate que naufragou na baía de São Marcos, na costa de São Luís. Na ocasião, ele explicou que a lancha era dele e de Edinho. Em nota, Edinho disse que vendeu uma lancha para Cantanhede, mas que eles nunca foram sócios.
A Atlântica foi contratada apesar de ter apresentado apenas o sexto melhor preço da licitação e de ter apresentado um documento falso para comprovar seus índices de liquidez e solvência. O papel anexado como sendo da Atlântica Serviços Gerais é da Atlântica Segurança, uma outra empresa de Cantanhede, com outro CNPJ.
A Folha publicou que a Atlântica Segurança tem contratos com alguns órgãos do governo Roseana. O mais conhecido é o da terceirização da guarda do complexo penitenciário de Pedrinhas, no interior do Estado, palco de mais de 60 assassinatos de presos em 2013, muitos deles com tortura e decapitação.
O TRE afirmou ao jornal que a contratação poderá ser cancelada se a ligação Edinho-Cantanhede for comprovada.
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