Em mais um capítulo na crise do sistema penitenciário maranhense – que se desenrola desde o FM do ano passado –, um tumulto foi registrado na manhã de hoje (17), na Casa de Detenção (Cadet) de Pedrinhas.
Ao perceber que presos amotinados perigosos escaparam de suas celas, outros detentos, de menor periculosidade (a maioria, trabalhadores da faxina), pularam os muros do presídio, na verdade para se protegerem, e ficaram junto aos policiais que estavam na parte externa.
O auge do tumulto ocorreu por volta das 10h30min.
O Batalhão de Choque da Polícia Militar e o Grupo Especial de Operações Penitenciárias (Geop) entraram na Cadet e as últimas informações dão conta que às 11h já haviam contido os internos amotinados.
O tumulto ocorre em meio a uma paralisação de advertência de agentes penitenciários – que começou na manhã de hoje e chegou a interditar a BR-135, em Pedrinhas – e após a segunda fuga de presos do Complexo em menos de uma semana.
Vários detentos conseguiram escapar por um túnel do Presídio São Luís 1, na madrugada de hoje.
A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) ainda não divulgou o número exato de presos que fugiram. Uma recontagem começou a ser feita no início da manhã de hoje, e até as 11h não havia terminado. Há informações desencontradas, que estimam esse número entre 8 e mais de 30 detentos.
Na semana passada – noite de quarta-feira, 10 –, 36 presos fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP), o chamado “Cadeião”, também em Pedrinhas, após uma caçamba (caminhão basculante) derrubar parte do muro dos fundos da unidade.
A caçamba havia sido tomada de assalto horas antes, num bairro de São Luís, e o motorista obrigado a participar da ação criminosa. Três dos 36 fugitivos foram recapturados.
DIRETOR PRESO – Na manhã de segunda (15), o diretor da Casa de Detenção (Cadet), outra unidade do Complexo de Pedrinhas, Cláudio Henrique Bezerra Barcelos, de 45 anos, foi preso, acusado de facilitar fugas de detentos da unidade.
O suspeito recebia dinheiro – de R$ 2 mil a R$ 300 mil, segundo a polícia – para liberar os presos, que continuavam aparecendo como internos do sistema prisional, mesmo estando livres. Ao menos 10 detentos estariam nessa condição.
CRISE – O sistema prisional maranhense vive uma séria crise desde o fim de 2013, ano em que 60 detentos foram mortos em prisões do estado, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ao menos quatro deles foram decapitados. Neste ano, 21 detentos já foram assassinados no sistema – treze só no Complexo de Pedrinhas. Um dos presos mortos – Rafael Alberto Libório Gomes, 23 – foi esquartejado e seu corpo ficou desaparecido por cinco dias.
A fuga da madrugada da madrugada de hoje foi a 14ª no estado neste ano, sendo que mais de 80 detentos escaparam e apenas 14 foram recapturados.
Matéria atualizada às 12h30min com informações do JP.
Matéria atualizada às 12h30min com informações do JP.
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