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Dicas para candidatos se darem bem nas campanhas pela internet

A campanha eleitoral 2012 tambem conhecida como campanha 2.0 vem dando maiores chances de candidatos buscarem seus eleitores em redes sociais.
A quase 50 anos, a televisão é considerada a arma mais poderosa nas campanhas eleitorais. Na última década, porém, a internet assumiu um papel fundamental na política. A chegada de Obama à presidência dos EUA impulsionou de vez o uso da rede e das mídias sociais como ferramenta de comunicação para candidatos e partidos.
Em Eleições 2.0 (Publifolha, 2009), Antonio Graeff mostra como essa mudança não tem a ver só com o uso das mídias sociais pelos candidatos –tem a ver com seu uso pelos cidadãos.
O uso de blogs, YouTube, Wikipédia e Orkut tornou-se ferramenta essencial de comunicação e representa a descentralização da informação, fator que não pode mais ser ignorado.
No trecho abaixo, o autor fala sobre como o contato mais próximo dos eleitores e candidatos e dá dicas preciosas a ambos.
A internet adota os vereadores
É comum pensar que o candidato vitorioso em votações é aquele que recebeu os votos da maioria dos eleitores. Mas, no Brasil, isso não é verdade no caso das eleições para vereador, deputado estadual e deputado federal.
Em São Paulo, por exemplo, nas eleições de 2008, os 55 vereadores eleitos receberam um total de 2.160.289 votos de um universo de 8.198.282 eleitores. Ou seja: a maior parte dos eleitores não elegeu seu candidato e pode ficar com a impressão de que não tem representante na Câmara Municipal e “perdeu” seu voto.
Pensando nisso, poucos dias depois da divulgação dos vereadores eleitos em São Paulo, o jornalista e âncora do programa de rádio CBN São Paulo, Milton Jung, lançou um desafio aos ouvintes: escolher um dos vereadores eleitos – independentemente do vereador em quem se votou – e passar a acompanhar seu trabalho na Câmara Municipal. Nasci o movimento “Adote um Vereador”.
Em pouco tempo, vários ouvintes aceitaram o desafio e aderiram ao movimento. Sem que houvesse nenhuma sugestão nesse sentido, alguns deles criaram blogs para divulgar as informações que iam levantando a respeito dos vereadores adotados.
Como é comum em iniciativas envolvendo a internet, o movimento ganhou vida própria. Os participantes criaram e passaram a se comunicar usando um grupo de discussão por e-mail. Um deles criou um wiki (http://vereadores.wikia.com/) – quer dizer, um site cujo conteúdo pode ser facilmente editável por qualquer um dos visitantes – que passou a funcionar como central de informações e ponto de encontro dos interessados no movimento. Aos poucos, o wiki foi sendo recheado com informações como a biografia e o currículo dos vereadores, seus projetos e propostas.
Conforme a notícia sobre o movimento foi se espalhando, pessoas fora de São Paulo passaram a adotar vereadores nas câmaras municipais de suas cidades, criar blogs e incluir no wikiinformações sobre eles.
Sinalizando que a convivência com esse tipo de movimento deve ser pacífica, alguns vereadores de São Paulo já convidaram seus “adotantes” a visitar a Câmara e se comprometeram a manter canais de comunicação abertos com os blogs e com o movimento.
Sites com informações sobre políticos e candidatos não são novidade no Brasil. A Transparência Brasil (http://www.transparenciabrasil.org.br) – organização não-governamental comprometida com o combate à corrupção na política -, por exemplo, mantém o site “Excelências” (http://excelencias.org.br), com informações sobre ocupantes de vagas no Congresso Nacional, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais das principais capitais. Também possui o projeto “Às Claras” (http://www.asclaras.org.br), com informações sobre o financiamento de campanhas eleitorais desde 2002.
Mais do que levantar e publicar informações sobre os vereadores, o que é inédito no “Adote um Vereador” é o caráter grassroots da iniciativa e a criação de uma rede de pessoas interessadas em acompanhar mais de perto os processos democráticos e decisões que as afetam diretamente.
O contato mais próximo com os representantes eleitos deve contribuir também para combater a “falta de memória” e a indiferença do eleitor brasileiro; Alguns dos efeitos desse tipo de movimento só devem ser sentidos nas próximas eleições, quando teremos mais eleitores bem-informados e participantes.
Dicas
Não existem fórmulas mágicas que garantam bom desempenho de uma campanha eleitoral na internet. Mas algumas dicas simples – para candidatos e eleitores – podem ajudar.
Para os candidatos:
  • um bom site de campanha é apenas um começo. Vá até os eleitores nos sites, redes sociais e comunidades online que ele já freqüenta;
  • inclua as ações online e de mídias sociais desde o começo do planejamento da campanha e trabalhe-as de maneira integrada;
  • aproveite a grande oferta de boas ferramentas livres e gratuitas. Mas lembre-se de que as ferramentas são só um primeiro passo e dificilmente representam um diferencial relevante;
  • para atingir os eleitores mais jovens, um veículo eficiente é o vídeo online;
  • use o celular como forma de ampliar o alcance da campanha onlinealém da internet;
  • só abra novas frentes de campanha em canais online se tiver como participar de fato e ouvir, responder e se relacionar com os eleitores;
  • aproveite toda comunicação online para gerar resultados fora da internet. Sugira tarefas e forneça os meios para os simpatizantes se envolverem;
  • identifique, incentive e abrace iniciativas criadas fora da campanha;
  • não subestime o eleitor jovem e conectado.
Para os eleitores
  • use a internet para ir além da propaganda eleitoral e da cobertura da mídia tradicional. Descubra quem são os candidatos. Veja se ele já ocupou algum cargo eletivo, se cumpriu os compromissos das campanhas anteriores ou esteve envolvido em escândalos;
  • crie blogs, participe de comunidade online e demonstre seu apoio a um candidato sem cair na armadilha das discussões vazias e troca de insultos;
  • uma das grandes vantagens das mídias sociais é permitir a experimentação rápida e barata. Se pensar em uma forma de apoiar seu candidato pela internet, não espere autorização. Coloque a ideia para funcionar e mostre na prática os resultados.
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