Rosário-MA: Em 1976, o cineasta Murilo Santos realizou um documentário em película 16 milímetros sobre a Dança do Lelê (também conhecida como Péla-Porco) no município maranhense de Rosário. O filme integrou a pesquisa 'A Dança do Lelê na Cidade de Rosário, no Maranhão'. O projeto foi coordenado pelo antropólogo Sérgio Ferretti. Participaram da pesquisa o poeta e pesquisador Valdelino Cécio e a pesquisadora Joila Moraes que, juntamente com Sérgio Ferretti, integravam o Departamento de Assuntos Culturais da Fundação Cultural do Maranhão. Todo esse processo foi patrocinado pela FUNARTE / MUDES.
Em algumas viagens para a cidade de Rosário e seu povoado São Simão esteve acompanhando a pesquisa o célebre folclorista maranhense Domingos Vieira Filho, então presidente da Fundação Cultural do Maranhão. O resultado desse importante trabalho foi publicado em 1977 em um livro que inclui fotografias feitas por Murilo Santos. Em 1978, a Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro / Fundação Nacional de Arte – FUNARTE / MEC fez uma nova publicação da pesquisa, compondo o número 22 da série 'Cadernos de Folclore'. Em algumas fotografias de Murilo Santos aparece Domingos Vieira Filho realizando pesquisa de campo. Numa das cenas do filme ele também aparece, brevemente. Essa seria a única imagem filmada do folclorista maranhense.
O documentário de 12 minutos, rodado originalmente em branco e preto representa o primeiro filme em película 16 mm realizado por Murilo Santos e foi exibido publicamente uma única vez em São Luís, em 1977, durante a apresentação dos resultados da pesquisa. Nessa ocasião, alguns integrantes da Dança do Lelê vieram a São Luís para uma apresentação e, nessa oportunidade, assistiram pela primeira e única vez ao filme.
A única cópia final do documentário se perdeu, mas, na década de 1990, o cineasta recuperou o filme a partir dos negativos deteriorados e de sobras do copião (cópia de trabalho intermediária, utilizada como guia para a cópia final). As imagens com o som em fita magnética de rolo, que fora guardado por Murilo Santos, foram telecinadas em fita VHS. Na última quarta-feira, dia 07 de Dezembro, os moradores de São Simão, local onde a maior parte do filme foi rodada, tiveram a oportunidade de ver a versão do filme 'A Dança do Lelê' digitalizada a partir da única fita VHS, após 35 anos das gravações originais. Além do filme, foram mostradas no telão 40 fotografias, as que integram as publicações citadas, e ainda outras realizadas por Murilo Santos durante a pesquisa.
A projeção do documentário aconteceu no âmbito das festividades em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, que acontece anualmente no povoado de São Simão em Rosário. Na noite do dia 07 de Dezembro, véspera do dia consagrado à santa, tradicionalmente é dançado o Lelê. As fotos foram expostas e o filme foi projetado nessa noite, após a execução da Ladainha, o Terecô das Velhas e o Lelê Mirim.
Essa ação de 'devolução' cultural à comunidade está relacionada a outras ações que o fotógrafo e cineasta vem empreendendo em outros municípios, com recursos próprios. 'Nesse processo de 'devolução', venho documentando esses momentos e reencontrando personagens ou encontrando outros que figurarão num grande documentário que pretendo editar após completar um ciclo que se iniciou com o vídeo 'Afinado a Fogo: O Tambor-de-Crioula revisitado'. Lá mesmo em Rosário levei painéis para a casa da Festa da Alma Milagrosa. Isto está documentado nesse vídeo do Tambor-de-Crioula, que é um documentário, tem 72 minutos de duração, e pode ser considerado o primeiro longa metragem maranhense', declara Murilo Santos.
O filme também foi exibido na noite do último dia 09, a partir das 19h30, no Chico Discos (rua de São João, nº 389 – A, esquina com rua dos Afogados – Centro de São Luís), em mais uma vitoriosa promoção do projeto Papoético. A entrada é franca. 'Estamos cumprindo uma ação cultural que se fundamenta, dentre outros aspectos, na preocupação com o resgate da nossa memória, e o documentário de Murilo Santos, nome de peso da cinematografia maranhense, representa uma contribuição fundamental para a consolidação da proposta do nosso projeto', informa o poeta e jornalista Paulo Melo Sousa, coordenador do Papoético.
O filme também foi exibido na noite do último dia 09, a partir das 19h30, no Chico Discos (rua de São João, nº 389 – A, esquina com rua dos Afogados – Centro de São Luís), em mais uma vitoriosa promoção do projeto Papoético. A entrada é franca. 'Estamos cumprindo uma ação cultural que se fundamenta, dentre outros aspectos, na preocupação com o resgate da nossa memória, e o documentário de Murilo Santos, nome de peso da cinematografia maranhense, representa uma contribuição fundamental para a consolidação da proposta do nosso projeto', informa o poeta e jornalista Paulo Melo Sousa, coordenador do Papoético.
Ficha técnica do filme "A Dança do Lelê".
Direção e câmera – Murilo Santos
Assistente – Maristela
Andrade e Luís Carlos Cintra
Mixagem – José Falcão
Texto – Valdelino Cécio
Narração – Edmilson Filho
Ano - 1976
Duração - 12 minutos.
Bom dia prezado amigo Renato Wquim, quando morador do Povoado Centro Grande Axixá, eu tocava o violão junto com um Tocador Conhecido e bom lá do Povoado, o Senhor Silvestre Forre, foi ele quem ensinou-me as primeiras notas no violão dele. Fizemos varias tocatas: uma em Baicuí Icatu, Ribeirão em Axixás e tantas outras vezes. Depois tive o desejo de organizar um conjunto para tocar o Lelê, sobre a minha maestria não consegui. Toco diferente dos que eu jávi tocar!!! Sobre o livro do que trata sua matéria eu já li varias vezes. Paranens pelo assunto. Abraços. Reinaldo cantanhêde Lima
ResponderExcluirCaro Renato eu tive o prazer de conviver com o saudoso Valdelino Cécio, tanto em São Luis quanto em Rosário no final da década de 70 quando vinha a Rosário para pesquisas, para visitar o Seu Machado e tomar umas cervejas com pititinga frita e recebí dele um exemplar do livro "Dança do Lelê na cidade de Rosário", o qual guardo com muito zelo.A cultura de Rosário é extremamente rica, talvez seja um dos poucos municípios com raiz cultural sedimentada pelos saberes e fazeres de várias gerações.
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