Pôr-do-sol em Campos de Perizes (BR 135) - Bacabeira/MA
O que eram pontuais somente nos fins de semana e feriados, os acidentes na BR-135, trecho denominado de "Radovia da Morte," entre o Estreito dos Mosquitos e o município de Bacabeira, agora são quase diários. Mesmo sendo um caso de calamidade pública, a obra de duplicação do único acesso rodoviário a São Luís, já na fase final de licitação pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), foi suspensa, num rol de outras 20 obras, pelo diretor geral do órgão, general Jorge Fraxe.
O que surpreende é a forma como ocorreu a suspensão, zerando todo o processo licitatório em fase final, para começar outro dentro de um novo modelo estabelecido pelo DNIT. Essa duplicação é tão indispensável, que vem sendo reivindicada e protelada há mais de 10, e ainda assim, sob pressão política e social de todos os lados. Porém, o que ainda deixa esperança aos maranhenses é o fato de a obra ter permanecido entre as oito definidas como prioritárias pela autarquia federal.
Diante do volume espantoso de carros que cada dia aumenta na BR-135, a duplicação de seu trecho mais funesto, passa a ser, emergencial. O processo licitatório da duplicação já estava na fase de habilitação das empresas concorrentes. No último dia 21 de junho as construtoras Egesa, Toniolo Busnello, Barbosa Mello e os consórcios Ivaí-Torc, Realidade-Convap, CBEMI-TGV e SPA-COWAN-VIA apresentaram ao DNIT a documentação para participar do certame. Aguardava-se a publicação no Diário Oficial da União, quando estourou a crise no Ministério dos Transportes, e todas as licitações foram suspensas pelo ex-ministro Alfredo Nascimento. Agora, o diretor geral mandou cancelar tudo.
O projeto da duplicação da BR-135 foi dividido em três lotes. O primeiro a ser licitado - orçado no valor de R$ 255 milhões - será uma continuação da duplicação da estrada federal de São Luís à Estiva, no Km-25. Nesta fase, a continuação seguirá até o município de Bacabeira, no Km-50, que faz entroncamento com a BR-402. A previsão de conclusão é de até dois anos. Com o cancelamento, o que estava pronto não vale. Será confeccionado outro modelo de edital, com novo orçamento e prazos. Dificilmente o DNIT concluirá os novos procedimentos até o final deste ano, pois cabe recursos para a Comissão de Licitação, depois ao diretor geral do órgão, e, por último, à Justiça, caso hajam pontos questionáveis.
Por tudo isso é que o Maranhão terá que usar a força política que tem em Brasília e se unir com a governadora Roseana Sarney, para pressionar o governo. São dois ministros maranhenses e uma bancada federal totalmente alinhada com o governo Dilma Rousseff, além do presidente do Senado. Até a classe empresarial precisa se mexer, já que a duplicação da BR tem tudo a ver com a construção da refinaria premium de Bacabeira. Também os deputados não podem cruzar os braços. Se possível vale até mobilizar a população que gosta de protestar nas BRs em reivindicações menores, nesse movimento em prol da urgente duplicação da "rodovia da morte" - com o único objetivo de poupar vidas de serem tragadas por aquele trecho de condições inaceitáveis.
Como sempre o Maranhão ficando para o rabo da fila. Cadê a tal força politica tão alardeada aqui no Maranhão?
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