Petróleo: Novo desenho busca adequá-la para processar óleo leve a ser extraído no pré-sal
A Refinaria Premium do Maranhão, projeto de maior valor da Petrobras, com orçamento inicial previsto de cerca de US$ 20 bilhões, deve ganhar novo impulso em Junho com o início das obras de terraplanagem. Este mês a Petrobras recebeu dez propostas de empresas interessadas em terraplanar a área de cerca de 8 quilômetros quadrados onde será construída a refinaria, em Bacabeira e Rosário, municípios situados na região do baixo Itapecuru. Estimativas de mercado apontam que só o contrato de terraplanagem da unidade deve custar R$ 1 bilhão.
A perspectiva de contratar no curto prazo os serviços de terraplanagem coincide com a revisão do projeto da refinaria, conhecida como premium 1, a partir das definições do novo plano de negócios da Petrobras para o período 2010-2014. O plano ainda não foi divulgado. A reavaliação do projeto busca adequá-lo para processar petróleo leve a ser produzido no pré-sal. Inicialmente, tanto a premium 1 como a 2 - planejada para o Ceará - foram pensadas para refinar óleo pesado extraído na Bacia de Campos. "Ao invés de processar apenas petróleo pesado, o processo está sendo revisto para processar 50% de óleo do pré-sal e 50% de óleo pesado", diz Luiz Alberto Domingues, gerente-executivo de programas de investimento da área de abastecimento da Petrobras.
A revisão deverá reduzir o investimento no projeto uma vez que serão necessários menos equipamentos como compressores e bombas, disse Domingues. Ele não quis dizer qual percentual mais barata ficará a refinaria como resultado das mudanças nas fontes de suprimento de matéria-prima. Por outro lado, a valorização do real frente ao dólar preocupa, uma vez que os serviços de construção de refinarias são pagos em reais.
Também não houve definição até o momento sobre a entrada das japonesas Marubeni e Mitsui como sócios dos projetos das duas refinarias. Em janeiro do ano passado, a Petrobras assinou memorando com a Marubeni para fazer estudos conjuntos sobre a premium 1. Alguns meses depois, em maio, foi assinado outro memorando com a Mitsui com o objetivo de realizar estudos para analisar a viabilidade de implantação da premium 2, no Ceará.
Em termos de capacidade, o desenho da refinaria do Maranhão continua o mesmo: a unidade será projetada para refinar 600 mil barris de petróleo por dia. Esse volume é quase o dobro da refinaria de Paulínia (Replan, em São Paulo), hoje a maior unidade de refino da Petrobras em operação, com capacidade de processar 390 mil barris por dia.
A implantação da refinaria do Maranhão se dará em duas fases, cada uma de 300 mil barris ao dia. O planejamento original prevê o primeiro módulo para 2013 e o segundo para 2015. Mas é possível que haja um ajuste no cronograma da unidade maranhense. Perguntado se o atraso na instalação do primeiro módulo dessa obra poderia chegar a um ano, Domingues respondeu: "No máximo."
Os prazos na implantação da refinaria dependem de outros fatores, entre os quais estão o fluxo de caixa da companhia e a capitalização da empresa, atualmente em discussão no Congresso. Existe preocupação em não aumentar a dívida da empresa de forma a comprometer o grau de investimento dado pelas agências de classificação de risco. Esses fatores estão sendo considerados e, quando forem definidos, permitirão ter maior clareza sobre o prazo para a entrada em operação do primeiro módulo da refinaria, de 300 mil barris ao dia.
Planejada para produzir diesel, GLP, QAV (combustível de aviação) e coque, a refinaria do Maranhão está sendo pensada para atender aos mercados interno e externo. A ideia é que a unidade permita abastecer a região Centro-Oeste, hoje suprida a partir de São Paulo, disse Domingues. Em relação à terraplanagem, o executivo afirmou que o objetivo é começar as obras em junho para aproveitar a época de seca do segundo semestre. De janeiro a junho, chove muito no Maranhão, o que é um entrave para preparação de solos.
O andamento da terraplanagem vai depender de outros fatores, além do clima. Um deles é a transferência de 40 famílias que vivem numa comunidade dentro de uma das áreas a ser ocupada pela refinaria. O secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, Maurício Macedo, disse que as famílias serão realocadas para novas casas em Bacabeira e Rosário. Segundo Domingues, a estatal já tem contratos de comodato que somam 93% da área da refinaria, formada em grande parte por antigas fazendas. Nessa área, a Petrobras já esta instalando cercas e fazendo a supressão vegetal com manejo de fauna.
A terraplanagem também depende da remoção de duas linhas de transmissão da Cemar, a distribuidora de energia elétrica do Maranhão, que cortam a área da refinaria. Segundo Domingues, uma empresa foi contratada para remover as duas linhas.
Com informações de Valor Econômico/ Francisco Góes, de São Luís e do Rio de Janeiro.
A Refinaria Premium do Maranhão, projeto de maior valor da Petrobras, com orçamento inicial previsto de cerca de US$ 20 bilhões, deve ganhar novo impulso em Junho com o início das obras de terraplanagem. Este mês a Petrobras recebeu dez propostas de empresas interessadas em terraplanar a área de cerca de 8 quilômetros quadrados onde será construída a refinaria, em Bacabeira e Rosário, municípios situados na região do baixo Itapecuru. Estimativas de mercado apontam que só o contrato de terraplanagem da unidade deve custar R$ 1 bilhão.
A perspectiva de contratar no curto prazo os serviços de terraplanagem coincide com a revisão do projeto da refinaria, conhecida como premium 1, a partir das definições do novo plano de negócios da Petrobras para o período 2010-2014. O plano ainda não foi divulgado. A reavaliação do projeto busca adequá-lo para processar petróleo leve a ser produzido no pré-sal. Inicialmente, tanto a premium 1 como a 2 - planejada para o Ceará - foram pensadas para refinar óleo pesado extraído na Bacia de Campos. "Ao invés de processar apenas petróleo pesado, o processo está sendo revisto para processar 50% de óleo do pré-sal e 50% de óleo pesado", diz Luiz Alberto Domingues, gerente-executivo de programas de investimento da área de abastecimento da Petrobras.
A revisão deverá reduzir o investimento no projeto uma vez que serão necessários menos equipamentos como compressores e bombas, disse Domingues. Ele não quis dizer qual percentual mais barata ficará a refinaria como resultado das mudanças nas fontes de suprimento de matéria-prima. Por outro lado, a valorização do real frente ao dólar preocupa, uma vez que os serviços de construção de refinarias são pagos em reais.
Também não houve definição até o momento sobre a entrada das japonesas Marubeni e Mitsui como sócios dos projetos das duas refinarias. Em janeiro do ano passado, a Petrobras assinou memorando com a Marubeni para fazer estudos conjuntos sobre a premium 1. Alguns meses depois, em maio, foi assinado outro memorando com a Mitsui com o objetivo de realizar estudos para analisar a viabilidade de implantação da premium 2, no Ceará.
Em termos de capacidade, o desenho da refinaria do Maranhão continua o mesmo: a unidade será projetada para refinar 600 mil barris de petróleo por dia. Esse volume é quase o dobro da refinaria de Paulínia (Replan, em São Paulo), hoje a maior unidade de refino da Petrobras em operação, com capacidade de processar 390 mil barris por dia.
A implantação da refinaria do Maranhão se dará em duas fases, cada uma de 300 mil barris ao dia. O planejamento original prevê o primeiro módulo para 2013 e o segundo para 2015. Mas é possível que haja um ajuste no cronograma da unidade maranhense. Perguntado se o atraso na instalação do primeiro módulo dessa obra poderia chegar a um ano, Domingues respondeu: "No máximo."
Os prazos na implantação da refinaria dependem de outros fatores, entre os quais estão o fluxo de caixa da companhia e a capitalização da empresa, atualmente em discussão no Congresso. Existe preocupação em não aumentar a dívida da empresa de forma a comprometer o grau de investimento dado pelas agências de classificação de risco. Esses fatores estão sendo considerados e, quando forem definidos, permitirão ter maior clareza sobre o prazo para a entrada em operação do primeiro módulo da refinaria, de 300 mil barris ao dia.
Planejada para produzir diesel, GLP, QAV (combustível de aviação) e coque, a refinaria do Maranhão está sendo pensada para atender aos mercados interno e externo. A ideia é que a unidade permita abastecer a região Centro-Oeste, hoje suprida a partir de São Paulo, disse Domingues. Em relação à terraplanagem, o executivo afirmou que o objetivo é começar as obras em junho para aproveitar a época de seca do segundo semestre. De janeiro a junho, chove muito no Maranhão, o que é um entrave para preparação de solos.
O andamento da terraplanagem vai depender de outros fatores, além do clima. Um deles é a transferência de 40 famílias que vivem numa comunidade dentro de uma das áreas a ser ocupada pela refinaria. O secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, Maurício Macedo, disse que as famílias serão realocadas para novas casas em Bacabeira e Rosário. Segundo Domingues, a estatal já tem contratos de comodato que somam 93% da área da refinaria, formada em grande parte por antigas fazendas. Nessa área, a Petrobras já esta instalando cercas e fazendo a supressão vegetal com manejo de fauna.
A terraplanagem também depende da remoção de duas linhas de transmissão da Cemar, a distribuidora de energia elétrica do Maranhão, que cortam a área da refinaria. Segundo Domingues, uma empresa foi contratada para remover as duas linhas.
Com informações de Valor Econômico/ Francisco Góes, de São Luís e do Rio de Janeiro.
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