Pelo menos 80% dos municípios maranhenses foram afetados pela estiagem este ano, o que prejudicou a produção agrícola. O problema foi discutido, nesta segunda-feira (26), no auditório do Palácio Henrique de La Rocque, durante a IV Reunião do Conselho de Gestão Estratégica das Políticas Públicas de Governo, coordenada pelo vice-governador João Alberto de Souza, com a participação de secretários e gestores estaduais.
De acordo com João Alberto, a mobilização dos prefeitos deve ser imediata. "A situação é crítica para os pequenos produtores, temos que estudar uma alternativa para ser colocada em pratica em conjunto com os prefeitos", declarou. Ele acrescentou que o tema será novamente discutido na próxima reunião do Conselho, em maio, para que seja avaliada a situação.
João Alberto aproveitou para apresentar os novos membros do Conselho, os secretários estaduais Edmilson Santos (Desenvolvimento Social), Aluisio Mendes (Segurança Pública), Fernando Leal (Infraestrutura), Anselmo Raposo (Educação), Souza Neto (Esporte e Juventude), Fábio Gondim (Planejamento e Orçamento) e Luis Alfredo (Saúde).
De acordo com a gestora de Programas Especiais da Casa Civil, Abigail Cunha, o Governo do Estado tem trabalhado para auxiliar os municípios atingidos, tanto pelas chuvas quando pela estiagem, em conjunto com os gestores municipais que devem se mobilizar no sentido de procurar ajuda para atender os prejudicados.
"A nossa preocupação é com a possibilidade de faltar alimento na mesa do produtor. Temos trabalhado para conseguir cestas básicas para ajudar nesse momento, além disso, a Sagrima vai distribuir 800 toneladas de sementes de feijão para os mais atingidos pela seca", revelou Cunha.
A gestora da Casa Civil disse que as iniciativas estaduais dependem das ações burocráticas realizadas pelos municípios. "É necessário o decreto municipal de emergência, assim como o preenchimento de formulários como o de Notificação Prévia e o AVADAN (Avaliação de Danos) para que o Estado tenha condições de tomar providência para ajudar os municípios", destacou.
Clima atípico
Segundo o secretário Adjunto de Agricultura, Pecuária e Pesca, Antonio Gualhardo Prazeres, o Maranhão está vivendo um ano atípico em relação ao clima. "Enquanto a maioria dos municípios enfrenta a seca, alguns estão lutando contra a seca e a enchente ao mesmo tempo. As perdas são incalculáveis, principalmente para os agricultores familiares", declarou.
As produções de arroz, milho, feijão e mandioca estão comprometidas. Segundo Gualhardo, são 90 dias sem chuvas em algumas regiões. Até mesmo as áreas irrigadas estão sendo atingidas pela falta de acúmulo de água nos rios e lagos. Ele apresentou um levantamento realizado nas 19 regionais maranhenses.
As perdas são variáveis. Nas regionais de Balsas e Imperatriz, as menos atingidas, os danos variam, respectivamente, de 20% a 30%, Bacabal (60% a 80%), Caxias (60% a 90%), Codó (60%), Itapecuru (40% a 90%), Pedreiras (50% a 90%), Timon (20% a 50%), Viana (40% a 50%) e Zé Doca (40%).
As mais atingidas são Chapadinha (70 a 100%), Pinheiro (80% a 100%) e Rosário (60% a 98%). Falta definir o levantamentos das regionais de São Luís, Açailândia, Barra do Corda, Santa Inês, Presidente Dutra e São João dos Patos.
Enchentes
A Coordenação Estadual da Defesa Civil tem trabalhado na notificação dos municípios atingidos pela estiagem, mas também tem trabalhado no auxílio às vítimas das fortes chuvas que atingiram alguns municípios.
Segundo o chefe do Departamento de Minimização de Desastre da Defesa Civil, major Manoel Teixeira Santos, a situação é crítica em quatro municípios: Trizidela do Vale, Buriticupu, São Pedro D'Água Branca e Imperatriz. O órgão já contabiliza 1.167 pessoas desalojadas, 294 famílias afetadas e três mortes (resultado do deslizamento durante uma enxurrada em Buriticupu). "Estamos enviando técnicos para os locais atingidos e fazendo o monitoramento da situação para tomarmos as devidas providências", revelou o major.
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