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Século XXI - No Maranhão Deputados Estaduais menosprezam imprensa, blogs e pregam censura na AL

A "CPI do Prefeitos Ladrões"


Valdinar Barros

O deputado Valdinar Barros, na sessão de ontem, da Assembléia Legislativa, contestou matéria publicada na edição de quinta-feira (5), do jornal O Quarto Poder, que trazia a manchete: “Deputados protegem prefeitos ladrões”. A matéria teve como fonte o Blog do jornalista Luís Cardoso. Valdinar afirmou não conhecer o jornalista Luís Cardoso e nunca ter concedido qualquer entrevista ao jornalista, mas esqueceu de afirmar ou negar sua posição a respeito da “CPI dos prefeitos ladrões”.


Joaquim Haickel

O deputado Joaquim Haickel se mostrou um elitista ao afirmar que jornais “nanicos” servem, apenas, para extorqui parlamentares. O deputado Haickel deve acreditar que imprensa séria é apenas aquela que favorece seu grupo político. O deputado afirmou que a manchete do jornal não condizia com o conteúdo, mas deve ser algum delírio pseudo-intelectual. Se um deputado é contra uma CPI para apurar roubo de recursos estaduais, federais e municipais, por parte de prefeitos, só pode, no mínimo, estar querendo evitar algo.

O deputado, por diversas vezes, na tribuna da Assembléia, usou o termo “porcaria” para adjetivar o jornal O Quarto Poder. Quanto a isso, quero dizer que em relação ao seus trabalhos literários tenho a mesma opinião. Acho ridículo foi o deputado, como pseudo-cineasta, apresentar projeto de incentivo à produção cinematográfica no Maranhão. Parece que Haickel pretende montar uma estante de troféus com seu próprio projeto. Só no Maranhão mesmo!


Penaldon Jorge

Não é admissível que um deputado, que se diz advogado, use a tribuna da Casa do Povo, para falar em censura à imprensa. O deputado Penaldon Jorge, que possivelmente dará apoio à CPI dos prefeitos ladrões, afirmou que Mesa Diretora da Assembléia deveria tomar alguma atitude contra alguns jornais e jornalistas.

“Deputado Valdinar Barros, eu quero aqui ser solidário a V. Exª. e requerer que a Mesa adote uma providência, porque o Comitê de Imprensa desta Casa não está imune às decisões que o Plenário desta Casa possa adotar, desde medidas administrativas até medidas de cunho judicial. Isso para que o Comitê de Imprensa realmente possa colocar, nos seus matutinos, nas suas manchetes, aquilo que esta Casa efetivamente possa estar transmitindo e não publicar uma matéria, na primeira página, afirmando que o deputado está a proteger ex-prefeitos ladrões e corruptos”, disse o parlamentar.

Será que o deputado Penaldon Jorge está sugerindo que jornalistas do Jornal O Quarto Poder ou qualquer outro veiculo de Comunicação, que publique matéria denúncia contra parlamentares daquela Casa, sejam proibidos de ter acesso ao Comitê de Imprensa? Penaldon Jorge só pode estar pensando que São Luís é como no interior do estado, onde os “poderosos” mandam e desmandam sem nada sofrerem. Com a palavra, o deputado Penaldon Jorge.


Helena Heluy

A deputada Helena Barros Heluy, a mais sensata sobre o tema, se solidarizou com os companheiros Valdinar Barros e Penaldon Jorge, mas no entanto deu uma verdadeira aula de atribuições parlamentares, no que diz respeito a uma CPI.

“Uma CPI nunca deverá ser e, se já foi, temos que corrigir qualquer CPI que possa vir a ser instaurada com práticas neste sentido. Uma CPI é um espaço extraordinário também para que se possa ir à exaustão em busca de elementos suficientes para que depois o Ministério Público possa promover a responsabilidade civil ou criminal daqueles que tiverem os seus nomes contidos no relatório final da CPI. É para isto, é uma contribuição a mais. E não há, nem na Constituição Federal, nem na Constituição Estadual, naquela no Parágrafo III do Artigo 58 e nesta no Parágrafo III do Artigo 32, nenhum impedimento”, disse a deputada Helena Heluy.

A deputada se aprofundou no assunto: “Gostaria, inclusive que isto ficasse bem claro. Outros dizem que isto não é questão, deputadas e deputados, para ser tratado no Plenário desta Casa. Como não ser questão, Deputado Max, se em todos os espaços por onde nós andamos falam sobre isto, por todos os espaços de lazer e de trabalho, nas famílias, a vizinhança e falam, muitas das vezes, sem nem saber realmente a realidade ou a profundidade dos fatos que estão correndo ou que estão ocorrendo. Então, se era uma questão, que o público já tomou conta é necessariamente uma questão política, e se é uma questão política, nada impede que se discuta que se trate, mas que não se abafe e nem se faça questão de dizer que aqui no Plenário não se pode falar sobre este ou outros assuntos, se é uma questão de interesse do público e este interesse é manifestado nas falas, nas escritas, nas entrevistas, através das rádios e outros bens de comunicação, é uma questão eminentemente política também. Agora, o difícil, é todos nós termos a compreensão que se possa fazer política ou ter-se prática política com seriedade e respeito. CPI, não é para ninguém perseguir ninguém, pelo só o fato ou pelo único prazer de não gostar ou de querer destruir alguém, político ou não. Não é para isto as CPIs, então admitir este sentimento já esboçado por alguns colegas deputados que eu respeito e é bom que se manifestem a prevalecer isto, é muito melhor deputados que se faça aqui no Estado Maranhão, uma indicação de uma proposta de Emenda Constitucional lá e cá, retirando do texto da Magna Carta de lá e de cá, o dispositivo que fala das CPIs, façamos isto é muito melhor, mas aí nós estaremos fechando a sociedade aos movimentos sociais, ao cidadão comum e a cidadã comum, que tem nos espaços de uma CPI, possibilidade de fazer chegar diretamente aquele fato, que a Maria da esquina, que o Antônio Carvoeiro, que o José, ou o doutor ou o Coronel, tem conhecimento e que só diante de uma CPI séria, responsável e serena poderá contribuir para ao final ser proclamado o direito ou não daquele supostamente envolvido ou supostamente praticando de algo ilícito e irregularidade ou crime. Sim é isto? Mas esse cidadão terá barrada a sua oportunidade no exercício pleno a mais da sua cidadania”.



Fonte: Blog do Udes Filho.

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