O grupo Sarney, outrora tão poderoso em nosso estado, a ponto de mandar e desmandar durante 40 anos, viu em 2006, na sua primeira grande derrota eleitoral, aquela estrutura que parecia monolítica começar a se quebrar de maneira definitiva. A derrota, sobretudo porque foi obtida sobre Roseana Sarney, a estrela máxima da companhia, foi fatal para o grupo. Daí para cá, as derrotas foram vindo naturalmente. Sentiram então a força da reprovação do povo do Maranhão por tudo que fizeram e aprontaram no estado. Naquela eleição, ficou mais que demonstrado a todos os políticos que vinculação com o nome Sarney é fatal para qualquer candidato.
O senador Sarney, espertíssimo em política, lutou como nunca para encontrar uma solução para ganhar sobrevida que permitisse ao grupo ainda mais alguns anos de poder. Precisava, mais que tudo, evitar a debandada dos que ainda faziam parte da trupe. E logo investiu tempo e dinheiro, mobilizou pessoas dispostas a tudo para preparar um processo que servisse de base para uma ação junto ao Tribunal Eleitoral, tentando cassar o mandato de Jackson. Via nesse processo uma expectativa de poder, um freio para segurar a debandada iminente.
Ele já havia sido bem sucedido com ação semelhante frente ao Senador Capiberibe e sua mulher, a deputada federal Janete, que o ameaçavam eleitoralmente no Amapá. Em uma estranhíssima tramitação, Sarney teve sucesso, pois conseguiu cassar os dois. Achou que daí para a frente poderia repetir a pajelança nos tribunais. E colocou seu grupo de comunicação para manter viva a certeza da cassação. Teve sucesso até agora, a despeito do processo não ter nenhuma consistência, pois ainda não houve a fatal debandada. E tome notícia nos seus jornais, informando que o processo vai entrar em pauta , sempre “na próxima semana”. E eles mesmo, a famiília, alimentam uma rede de boatos sobre a cassação. Nos últimos dias, entraram em frenesi e repetiam sem parar que Jackson seria cassado antes do final do ano em decisão semelhante à do governador da Paraíba.
Mas essa tática contém seus riscos, pois o tempo passa e a previsão não se realiza, tirando credibilidade aos seus difusores. E, pior dos mundos, inesperadamente o processo tomou um rumo que eles detestaram. Primeiro, Cássio Cunha Lima conseguiu que o Tribunal modificasse a decisão que lhe tirava o cargo com a simples publicação do acordão. Na semana passada, aquela Corte decidiu que ele terá direito de permanecer no cargo enquanto não forem julgados todos os seus recursos jurídicos.
Em seguida, demonstraram muita inquietação porque o PSDB, partido do governador, entrou com uma ação mostrando que, no caso de cassação do vencedor do pleito, o segundo não pode assumir conforme estava disposto na primeira decisão do Tribunal, porque o segundo colocado não tem a maioria da metade mais um, que é exigida pela Constituição Brasileira e teria que haver nova eleição. E eleição é tudo que eles não querem nem ouvir falar!
Devem ter ficado mais zangados ainda, quando a Folha de São Paulo publicou um editorial semana passada, apoiando a pretensão do PSDB e deixando clara a posição do jornal pela necessidade de uma nova eleição.
Nada parece dar certo para Sarney, diferente do passado, quando qualquer coisa que inventassem dava certo.
Como não lhe restam muitas opções, o senador arrumou um jogo arriscado para chegar a Presidência do Senado. Era o local em que precisava estar para poder ter influência na sucessão presidencial de 2010. Foi buscar Renan Calheiros que, desde a renúncia da Presidência do Senado, estava afastado e apagado, e lhe prometeu a liderança do governo no Senado ou a do PMDB, levando-o para uma conversa a três com Lula. O presidente afirmou que via com bons olhos essas posições para Renan, principalmente a do PMDB e, a partir daí, usou-o para vetar o candidato do PT Tião Viana.
Sarney partiu em campanha velada, mas deixando pistas suficientes para que todos entendessem que ele queria a presidência. O PT, porém, velho de guerra, desta vez tinha como desanimar o senador do Amapá e começaram a sair na imprensa trechos do inquérito da PF que investiga o seu filho Fernando. Sarney ficou uma fera e atribuiu ao ministro da Justiça esse inquérito e chegou até à imprudência, querendo substitui-lo por uma pessoa indicada por ele. Quando viu que não ia dar certo, quis sair rápido desse campo minado, e acabou desistindo tanto do Senado como do Ministério.
Os tempos de mando parecem terminar. Abusou das regalias dadas por Lula, achando que não tinha termo o que podia fazer. Aprontou muito. Não permitiu que Lula viesse a São Luis em todo o seu mandato, abortou programas, projetos e impediu até mesmo que uma siderurgica viesse para cá. Perseguiu inimigos cruelmente e, vendo o ano de 2010 se aproximar, pela primeira vez não consegue se colocar no proximo governo.
Sarney não tem mais vez no Maranhão. Não encontra a maneira de ultrapassar as dificuldades, pois todas as suas tentativas estão se mostrando inviáveis uma a uma...
Parece que não dá para inventar outra!
Fonte: Blog do Zé Reinaldo Tavares.
O senador Sarney, espertíssimo em política, lutou como nunca para encontrar uma solução para ganhar sobrevida que permitisse ao grupo ainda mais alguns anos de poder. Precisava, mais que tudo, evitar a debandada dos que ainda faziam parte da trupe. E logo investiu tempo e dinheiro, mobilizou pessoas dispostas a tudo para preparar um processo que servisse de base para uma ação junto ao Tribunal Eleitoral, tentando cassar o mandato de Jackson. Via nesse processo uma expectativa de poder, um freio para segurar a debandada iminente.
Ele já havia sido bem sucedido com ação semelhante frente ao Senador Capiberibe e sua mulher, a deputada federal Janete, que o ameaçavam eleitoralmente no Amapá. Em uma estranhíssima tramitação, Sarney teve sucesso, pois conseguiu cassar os dois. Achou que daí para a frente poderia repetir a pajelança nos tribunais. E colocou seu grupo de comunicação para manter viva a certeza da cassação. Teve sucesso até agora, a despeito do processo não ter nenhuma consistência, pois ainda não houve a fatal debandada. E tome notícia nos seus jornais, informando que o processo vai entrar em pauta , sempre “na próxima semana”. E eles mesmo, a famiília, alimentam uma rede de boatos sobre a cassação. Nos últimos dias, entraram em frenesi e repetiam sem parar que Jackson seria cassado antes do final do ano em decisão semelhante à do governador da Paraíba.
Mas essa tática contém seus riscos, pois o tempo passa e a previsão não se realiza, tirando credibilidade aos seus difusores. E, pior dos mundos, inesperadamente o processo tomou um rumo que eles detestaram. Primeiro, Cássio Cunha Lima conseguiu que o Tribunal modificasse a decisão que lhe tirava o cargo com a simples publicação do acordão. Na semana passada, aquela Corte decidiu que ele terá direito de permanecer no cargo enquanto não forem julgados todos os seus recursos jurídicos.
Em seguida, demonstraram muita inquietação porque o PSDB, partido do governador, entrou com uma ação mostrando que, no caso de cassação do vencedor do pleito, o segundo não pode assumir conforme estava disposto na primeira decisão do Tribunal, porque o segundo colocado não tem a maioria da metade mais um, que é exigida pela Constituição Brasileira e teria que haver nova eleição. E eleição é tudo que eles não querem nem ouvir falar!
Devem ter ficado mais zangados ainda, quando a Folha de São Paulo publicou um editorial semana passada, apoiando a pretensão do PSDB e deixando clara a posição do jornal pela necessidade de uma nova eleição.
Nada parece dar certo para Sarney, diferente do passado, quando qualquer coisa que inventassem dava certo.
Como não lhe restam muitas opções, o senador arrumou um jogo arriscado para chegar a Presidência do Senado. Era o local em que precisava estar para poder ter influência na sucessão presidencial de 2010. Foi buscar Renan Calheiros que, desde a renúncia da Presidência do Senado, estava afastado e apagado, e lhe prometeu a liderança do governo no Senado ou a do PMDB, levando-o para uma conversa a três com Lula. O presidente afirmou que via com bons olhos essas posições para Renan, principalmente a do PMDB e, a partir daí, usou-o para vetar o candidato do PT Tião Viana.
Sarney partiu em campanha velada, mas deixando pistas suficientes para que todos entendessem que ele queria a presidência. O PT, porém, velho de guerra, desta vez tinha como desanimar o senador do Amapá e começaram a sair na imprensa trechos do inquérito da PF que investiga o seu filho Fernando. Sarney ficou uma fera e atribuiu ao ministro da Justiça esse inquérito e chegou até à imprudência, querendo substitui-lo por uma pessoa indicada por ele. Quando viu que não ia dar certo, quis sair rápido desse campo minado, e acabou desistindo tanto do Senado como do Ministério.
Os tempos de mando parecem terminar. Abusou das regalias dadas por Lula, achando que não tinha termo o que podia fazer. Aprontou muito. Não permitiu que Lula viesse a São Luis em todo o seu mandato, abortou programas, projetos e impediu até mesmo que uma siderurgica viesse para cá. Perseguiu inimigos cruelmente e, vendo o ano de 2010 se aproximar, pela primeira vez não consegue se colocar no proximo governo.
Sarney não tem mais vez no Maranhão. Não encontra a maneira de ultrapassar as dificuldades, pois todas as suas tentativas estão se mostrando inviáveis uma a uma...
Parece que não dá para inventar outra!
Fonte: Blog do Zé Reinaldo Tavares.
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