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388 ANOS - UM POUCO DA HISTÓRIA DA CIDADE DE ROSÁRIO

Igreja da Matriz um dos maiores símbolos do patrimônio arquitetônico de Rosário



Por Euvaldo de Jesus Pereira
Colaboração especial para o RN.


A cidade de Rosário está localizada na mesoregião norte maranhense, com latitude 02°45’03” N/0310’40”, S e longitude 44° 06’58”. Distante 70 km da capital do Estado interliga-se a esta através das rodovias Federal e Estadual (Br 135 e MA 410) à margem esquerda do rio Itapicuru, que foi, no período colonial, uma das principais vias fluviais de penetração para o interior. O avanço colonizador em direção das regiões centrais do Maranhão foi estimulado pela existência de bacias hidrográficas que deságuam na Baia de São Marcos ou na Baia de São José de Ribamar. Grandes rios paralelos, como o Rio Pindaré, o Rio Mearim e o Itapecuru se constituíam nas grandes vias de acesso, através da navegação fluvial. Sendo que este processo de avanço e “conquista” do território maranhense iniciou, obviamente, pela hidrovia do Itapecuru.

A área na qual se situa hoje o município de Rosário foi inicialmente habitada por índios, que acabaram sendo expulsos por imigrantes atraídos pela riqueza das terras. A Cidade teve origem numa pequena povoação conhecida por Itapecuru – Grande, situada a margem esquerda do Rio Itapecuru, onde havia uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, sua origem data de 1820, na condição de povoado. Foi fundada por Bento Maciel Parente, então Capitão de Entradas e Descobrimentos, ao pé do forte Vera Cruz (hoje Forte do Calvário). Elevada a categoria de vila, através da provisão régia de 19 de abril de 1833, recebeu também essa distinção do governo da então Província do Maranhão pela Lei Nº. 3, de 03 de março de 1835.

O povoamento de Rosário por colonizadores portugueses foi iniciado no século XVII, já a partir da criação do Estado Colonial do Maranhão (1620). Em 1717, por solicitação do governador e capitão-geral Cristóvão de Serra Freire. Chegaram ordens régias de Lisboa criando a Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, tendo como sede dessa povoação eclesiástica o templo que ali existia. Na época do Império havia em toda região numerosas fazendas florescentes sob o regime escravocrata e que produziram em maior escala algodão e açúcar.

Cerca de 8 km abaixo da cidade, na foz do Rio Itapecuru, encontram-se as ruínas do antigo forte de Vera Cruz ou do Calvário, onde foram travados combates entre portugueses e franceses, em 1613. O forte foi equipado pelos portugueses, tendo sido tomado pelos holandeses em 1641. No ano seguinte, os portugueses, emboscados na “Pedra da Paciência”, conseguiram retomá-lo. Em 1682, o forte foi reedificado no governo de Francisco Sá de Menezes. Em 1840, ao tempo da revolução da balaiada. Foi reconstruído sob as ordens do então Marques de Caxias, pelo primeiro tenente engenheiro João Vitor Vieira da Silva, sendo então retiradas diversas pedras do leito do rio e aberto um canal para facilitar a navegação. César Marques diz que em 1716, o vigário da freguesia de Nossa Senhora do Rosário passou a receber de sua majestade a pedido do governador, a importância de 50$000 (cinqüenta mil réis) anuais de côngrua, pois a igreja servia aos moradores do rio e aos soldados da fortaleza. No “Livro Grosso do Maranhão” existe correspondência do rei D.João V ao governador e capitão general do Estado do Maranhão, datada de 1729, respondendo à representação que fez o bispo do Maranhão solicitando além do pagamento da côngrua quatro índios para o vigário da igreja de Nossa Senhora do Rosário do Itapicuru, tendo sua Majestade ordenada que lhe fossem dados dois índios. Na “História Eclesiástica do Maranhão”, D. Felipe Conduru Pacheco afirma que em 1757 a população da freguesia de Nossa Senhora do Rosário era de 913 habitantes. Em “Efemérides Maranhenses”, José Ribeiro do Amaral refere que em 1758 foi criado, próximo a Rosário, o lugar de São Miguel da Lapa e Pias, habitados pelos Indios Cahys-Cahys, Aranhys e Tabajares. De acordo com César Marques, a Freguesia de Nossa Senhora do Rosário foi criada pela segunda vez em 1801 e, em 1802 compreendia “ 196 fazendas, 225 sítios, 333 agricultores, 27 negociantes, 52 artistas, além de indivíduos brancos e forros de um e de outro sexo, tendo 10.179 escravos e, ao todo 12.174 almas “. Em 1833, Rosário foi elevada à categoria de vila, recebendo, em 1835, uma cadeira de latim, que em 1837 foi substituída por uma de primeiras letras. A Comarca de Rosário foi criada em 1858, por divisão da de Itapicuru. Em 1866, o cemitério local foi construído pela irmandade de São Benedito. No mesmo ano a antiga matriz ruiu, sendo restaurada em 1871. Ao tempo em que César Marques publicou o seu Dicionário, em 1870, os principais povoados eram: Cachoeira, Itamirim, Pai Simão, Peri de Cima, Peri de Baixo e Mucambo. César Marques comenta ainda sobre Rosário: “ Esta vila pela sua posição no meio de vários pontos, todos comerciais é bem importante e nela residem as autoridades da comarca. Tem uma botica, alguns professores particulares, algumas casas de negócios de secos e molhados, além de regatões pelo rio itapecuru, muitas tendas de artes e ofícios, senhores de engenho de açúcar, lavradores de algodão,arroz e mais gêneros, e criadores de gado vacum. É uma das mais povoadas das margens do Itapicuru”. Belarmino de Matos, no “Almanaque do Maranhão” para o ano de 1863, informa que o número provável de habitantes da freguesia de Nossa Senhora do Rosário era de 16.126, sendo 3.516 escravos. Produzia por ano 900 sacas de algodão, 19.000 alqueires de arroz, 20.000 de farinha, 6.000 de milho, 8.500 arrobas de açúcar, 50 de fumo e 300 pipas de aguardente. Por esta época Rosário possuía 28 alfaiates, 2 barbeiros, 10 carpinas, 12 carpinteiros, 9 ferreiros, 4 marceneiros, 7 ourives, 4 pedreiros, 33 sapateiros, 9 marchantes, 3 talhadores de carne verde, 1 charutaria, 1 fabrica de fogos de artifícios, 2 padarias, 1 tamancaria, 3 olarias, 2 fábricas de cal, 1 prensa de encaroçar algodão, 10 senhores de engenho de açúcar, 61 lavradores de arroz, milho e mais gêneros, 33 criadores de gado, 10 negociantes que regateam rio acima, 2 professores particulares de primeiras letras, 2 professores públicos, 1 músico clarinetista, 7 rabequistas, 5 violinistas, o Vice-cônsul de Portugal, além de outras autoridades municipais.

A Província do Maranhão possuia, então, 36 municípios, com 8 cidades, 28 vilas e 53 freguesias eclesiásticas. Embora Rosário estivesse incluída na categoria de vila, era a mais populosa da província, após a capital e a cidade de Caxias, que contava com um total de 20.000 habitantes. Em 1866, ainda segundo Belarmino de Matos, Rosário tinha inclusive um teatro localizado à rua do sol, dirigido pela Sociedade Literária Ateneu Rosariense, com capacidade para 300 espectadores. Em 06 de abril de 1914 Rosário foi elevada à categoria de cidade pelo então governador Afonso Giafenig de Mattos.

Outro fato marcante no desenvolvimento do então povoado de Rosário é a construção da Estrada de ferro São Luis – Teresina. Que foi inaugurada em 14 de março de 1921 vencendo o campo de Perizes trecho mais difícil, permitindo assim o escoamento da produção local. Vale ressaltar neste episódio a importância de Benedito Leite, rosariense que governou o Maranhão, porem faleceu antes da sua inauguração.


Rosário possui localização estratégica no atual contexto econômico estadual sobressaindo-se como portal de entrada para os lençóis maranhenses, pois após a construção da rodovia Translitoranea ampliou a possibilidade de integração com outros municípios, detentores de alto potencial turístico, aos que vivenciam perspectiva de progressivo de desenvolvimento.


Imagens aéreas de Rosário (acervo: Euvaldo)
Clique sobre a foto desejada para ampliar !


Euvaldo de Jesus Pereira (autor da pesquisa)

Finalmente ao ver do alto nossa cidade percebe-se a sua exuberância, cabe a nós rosarienses pararmos e refletirmos, o quanto devemos a está terra maravilhosa que não nos exige nada e nos dá tudo. Se você é também curioso sobre fatos importantes sobre nosso município envie e-mail para euvaldodejesus@hotmail.com e vamos trocar informações e montar um banco de dados para pesquisas e para as futuras gerações.
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1 comentários:

  1. Parabéns pela matéria. É realmente importante montar e disponibilizar, um banco de dados com as informações e a História da nossa linda cidade.

    Máximo Aragão.
    atualmente em Colinas(MA)

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