Quando crianças, “éramos felizes e não sabíamos”, na lembrança do mote do velho Bernardo Coelho de Almeida. Hoje, temos saudades daquilo que não sabíamos ser verdadeiramente uma doce felicidade. A praia do Olho D’água, com suas dunas de areia repletas de murici, caju e guajeru. Os banhos no rio Paciência, no caminho de São José de Ribamar, ou no rio Calhau, na praia de mesmo nome. Os passeios de carro nos finais das tardes de domingo, apreciando a fachada do Palácio dos Leões, ou um belo pôr-do-sol no viaduto sobre a cortina do Forte de São Luís. A missa na igreja dos Remédios e a paisagem da Praça dos Amores, com o vislumbre da baía de São Marcos, sob os olhares da estátua de Gonçalves Dias. O inesquecível sabor das pipocas, do quebra-queixo e do algodão doce. A librdade dos parques de iversões. A tranquilidade de passeios na Rua Grande, aos domingos, para a apreciação das vitrines. Os derradeiros passeios dos bondes. As brincadeiras de papagaio, as lanceadas com os bodes ou bodaços de Zé Caveira e de Tiririca. As férias de julho em São José de Ribamar, com o peixe pedra farto e saudável atravessando as retinas da infãncia em fartas cambadas carregadas plos pescadores do lugar e vendido na porta de casa. Os sinos da igreja convidando para a reflexão espiritual, as brincadeiras com Barba de Bode, o único mendigo do lugar.
A irreverência de Rodó,uma aluada que se zangava com a troça da criançada, a ligeireza de Vassourinha, outro doido manso que se encontrou de frente com um trem caminhando pelo trilho em direção de Rosário, os pássaros descansando sobre os fios ao longo da estrada do Campo de Perizes, as noites de lua em São José de Ribamar, os botos pulando no Canal do Vieira, a algazarra alegre dos meninos azuis e sem vícios na saída do Colégio Marista, sob os olhares atentos de Irmão Jorge, as tempestades de São Luís, com seus trovões amedrontadores, que levavam a mãe a cobrir os espelhos, queimar palhinhas adquiridas no Domingo de Ramos e a nos dizer que Papai do Céu estava ralhando...
Hoje, Papai do Céu adoeceu de tanto ver suas obras boas estragadas pelo homem. As restingas da Ponta d’Areia e as dunas do Olho d’Água estão ocupadas pela especulação imobiliária, As crianças já não podema tomar banho nos rios, afogados pelo esgoto e pela ignorância, as vitrines e trancaram por dentro, com medo os vândalos e os ladrões, os bondes cederam espaço par o asfalto, os papagaios vêm sendo substitídos pelas pipas, de péssimo gosto, os loucos e mendigos, antes conferridos nos dedos e multiplicram, já não têm nome nem rosto, o Campo de Perizes virou criatório de camarão, os estudantes são aliciados pelo tráfico, matam-se em brigas de gangues. As chuvas j´não são as mesmas, pois o micro-clima da Ilha mudou em decorrência da devastação da mat nativa, poluição produzida pelos carros e pelos prédios que impedem ue brisa do mar chegue á cidade hsistórica. Os parques cederam lugar aos shoppings, as frutas da estação foram substituídas pelas batatas fritas e pelo fast food, crianças são vítimas de intolerãnci alimentar provocada pelos hormônios injetados nos frangos e nas carnes, e pelo agrotóxicos nas verduras e legumes. raptadas, erotizadas pelos apelos da sociedade de consumo. As crianças estão presas nos apartamentos e só encontram a lua e as estrelas pelas janelas do computador. Infelizmente, senhores pais, esse não é o futuro, mas sim o presente. Presentes de verdade não se compram nas lojas. O melhor presente para uma criança, hoje, é a garantia de um futuro melhor. Lembrando Einstein, “o futuro do homem será aquele que ele merecer.” Mãos à obra!
Fonte: Jornal Pequeno.
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